quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Conto de Natal

- Ei, você aí deitado, acorde!
Era uma voz estranha para mim. Acordei, aturdido, me perguntando o que alguém estaria fazendo em meu quarto, ainda mais na véspera de natal. Aos pés da minha cama, havia alguma coisa se mexendo. Estava escuro, então tive que me levantar para conseguir ver bem. Um pequeno ser, uma criança, brincava ali, aparentando estar feliz.
- O que você pensa que está fazendo aqui?! Dê o fora! – esbravejei.
- O que estou fazendo aqui...? – ela falou calmamente, ignorando toda minha irritação – Vim aqui para lhe levar para darmos uma volta. Ah, que grosseria a minha. Eu sou o espírito do natal passado, - a voz dela estava com tom de deboche - e vim aqui para te mostrar algumas coisinhas.
- Espírito do quê? Ah, pelo amor de Deus, você acha que vou acreditar numa coisa dessas?
- Você tem certeza? – ela disse, apontando para uma vela em cima do meu criado-mudo. A vela instantaneamente acendeu, queimando em menos de 30 segundos. Aquilo me deixou horrorizado. Realmente aquela pirralha parecia ser o que dizia.
- Pela sua cara, vejo que não duvida mais de mim. – Seu tom de voz era doce e levemente sombrio – Agora, siga-me, temos muito que fazer.
- Eu não vou sair daqui! Você acha que porque acendeu uma vela à distância conseguiu me provar alguma coisa?! – eu menti.
- Tsc, tsc. Mais um desses chatos... Bom, já que você não quer sair daqui, façamos o que tem que ser feito aqui, mas não me responsabilizo pelo estado de seu quarto depois, hein?
- Como assim, estado do meu quarto?
Ela não me respondeu. Aos poucos, as paredes começaram a se mover, cada vez mais e mais rápido, até que não estávamos mais em meu quarto. Quando finalmente me dei conta de onde estávamos, um calafrio percorreu minha espinha, seguido por um singelo sentimento de nostalgia.
- Lembra deste lugar? – ela me perguntou.
- Mas como esquecer! Aqui foi onde cometi o meu primeiro assassinato.
- Sim... Bom, já está por começar. Apenas observe.
Quando fui perguntar o porquê disso tudo, um grito de dor ecoou ao longe. Seria isso... Não, não pode ser.
Logo após, uma mulher corria desesperadamente por onde estávamos: um beco sem saída em uma rua mal iluminada da velha cidade onde vivia. Ela gritava por ajuda, apavorada, mas ninguém vinha em seu auxílio. Quando, finalmente, seu algoz acaba por decidir seu destino: a morte. Ele caminhou lentamente até ela, proferiu uma risada estridente e esfaqueou-a até o fim.
Aquela cena me era tão... Reconfortante. Lembrou-me de como eu entrei nessa vida. A criança-espírito olhou atentamente a minha expressão, estudando-a.
- O que você acha dessa cena? – ela perguntou.
- Eu não acho nada. Eu me lembro de tudo. Aquele foi o dia em que eu me tornei o que sou hoje.
- Você não se arrepende de ter matado aquela mulher que não te fez nada?
- Me arrepender? Por que eu faria tal coisa?
- Porque isso é errado e...
- Errado nada! – eu a interrompi. – Eu faço o que eu quiser, e você e nem ninguém vai me falar o que é certo ou errado!
- Ah, pelo amor de... Tá bom, que seja. Estou vendo que você vai precisar de uma dose maior de persuasão. Mas meu trabalho aqui está terminado. Vamos voltar.
Tudo à minha volta começou a se mover na mesma velocidade de antes. Novamente, estava em meu quarto, mas agora, ele estava totalmente destruído, minha mobília em ruínas, minha cama toda despedaçada. Enquanto eu praguejava aquela pirralha por ter feito aquilo com meu quarto, senti uma presença estranha atrás de mim. Lentamente, virei-me para ver quem era, mas não havia ninguém.
- Então, a criança mandou o trabalho para mim agora, hein?
A voz vinha da janela do quarto, atrás de mim agora. Uma voz aveludada, de uma mulher bela e jovem, não aparentando ter mais do que vinte anos, vestindo um manto branco.
- Ah, pelo amor de Deus, o que deu nessa gente pra invadir o meu quarto dessa maneira? Até parece que não sabe quem é que está aqui.
Ela, ignorando-me como a criança fez, disse:
- Sou o espírito do natal presente, e vim mostrar como os seus atos afetaram a vida de outras pessoas.
- Mais uma maluca dessas... Tá bom então, pra onde vamos agora?
- Vamos para a casa da mulher que você viu ser assassinada.
Ela não me deixou falar. Ela estalou os dedos, e instantaneamente estávamos em um lugar humilde, mais do que o meu quarto. Duas crianças estavam no cato do pequeno cômodo, chorando abraçadas.
- Pelo que suponho, essas são os filhos da mulher em questão? – eu disse, ironicamente.
- Sim.
- E também suponho que você quer me comover me mostrando essa cena, não é?
- Sim.
- Que pena. Esse seu pequeno esforço não vai dar em NADA! Porque esse bando de maricas não fazem alguma coisa pela vida ao invés de ficarem aí chorando?!
- Porque eles estão sentindo uma coisa que você nunca poderá entender: saudade. Dor. Falta. Eles queriam que, hoje, a mãe deles estivesse aqui na véspera de natal para comemorar essa data com eles. Mas ela não está. E nunca mais estará.
- Ah, tá bom então. Mas o que VOCÊ entende disso?! Quem lhe deu o direito de ficar se metendo na vida dos outros e tentar mudá-los?!
- Entendo muito mais do que você pensa. Esse é meu trabalho, e eu já vi muitos como você. Infelizmente, nenhum deles acabou muito bem Mas chega de discussão. Já vi que não vai adiantar nada perder meu tempo com você. E pensar que já fazia tempo que ninguém passava por mim... Bom, ela já estava ficando entediada mesmo.
- Ela? De quem você está falando?
- Da sua próxima visita. Eu e a criança ainda tentamos fazer alguma coisa para redimir os nossos “anfitriões”. Mas a velha... Bom, digamos que ela tem métodos... Diferentes, se é que você me entende.
Ela estalou novamente os dedos, e voltamos para o meu quarto, desaparecendo assim como a outra. Fiquei esperando pelo terceiro, já que, se duas já estiveram aqui, a do passado e a do presente, com certeza virá o do futuro, me mostrando o quão ruim será minha vida e outras baboseiras do tipo. Porém, passou-se um minuto, dois, dez... E nada. Decidi então voltar a dormir. Peguei o que restou do meu colchão e uma coberta que estava jogada no chão do quarto, e me deitei, esperando o sono voltar e resmungando que aquela pequena canalha tinha destruído tudo e que daria muito trabalho para arrumar tudo.
Mas o sono não vinha. E pior, comecei a ficar com calor dentro do quarto. “Estranho”, pensei. Olhei para o termômetro na parede e vi que ele estava estranho: parecia que ele estava aumentando a temperatura rápido demais. Dez, vinte, trinta graus em menos de um minuto. Joguei minha coberta longe e comecei a me livrar da roupa que estava usando. Mas a temperatura ainda estava aumentando, até o ponto em que o mercúrio no termômetro na parede estourou o vidro do mesmo, atirando estilhaços por todo o quarto, alguns atingindo meu braço. Senti meu sangue escorrer pelo meu braço e aquele calor me queimando por dentro e por fora. Até que começou a acontecer. Todo o meu quarto, inclusive eu, entrou em combustão instantânea. Desesperado, tentei sair dali para achar um jeito de apagar o fogo que estava me consumindo, mas perdi totalmente as forças, caindo no chão.
Antes de perder a consciência, consegui enxergar alguém andando em minha direção. Alguém com uma capa negra e uma foice em mãos. Ele levantou o capuz, mostrando seu rosto. No mesmo instante, uma risada diabólica ecoou e eu acordei, em pânico. Era aquilo um aviso? A morte realmente estaria atrás de mim? Mas, espere, o terceiro não era o espírito do natal futuro? Então, por enquanto, não me acontecerá nada, não é?
- Você está errado. – Uma voz vinda da porta disse.
Temendo que estivesse acontecendo o que pensei, virei-me para a porta. E lá estava ela, seu manto negro, uma caveira sem face, carregando uma foice e o meu destino...

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

A boneca de porcelana

Este conto é um pouco diferenciado dos outros postados anteriormente
Pela primeira vez, estamos usando a experiência de outra pessoa na criação de um conto
Neste caso, usamos o sonho da irmã do nosso amigo adapraya
Então... Divirtam-se ^^
"Eu e minha irmã estávamos tendo uma noite como outra qualquer: cuidando da casa, ficando acordado até tarde, essas coisas. Mas aquela noite em especial guardava uma surpresa macabra para nós dois. Passavam de três da manhã quando o telefone tocou. Quando atendi, não se ouvia nada apenas um ruído estranho, quase inaudível. "Não é nada.", pensei. Mas aquele era apenas o começo da noite mais assustadora da minha vida.

Quando desliguei o telefone, olhei para o relógio antigo na parede.: ele marcava 3:33 da madrugada. Nesse instante, ouvi um grito estranho vindo da sala. Era minha irmã. Corri até lá e quando a vi, ela estava se debatendo no chão e gritando cada vez mais alto. No ínicio fiquei achando que era uma brincadera, mas percebi que era algo sério quando comecei a sentir um frio estranho, como se a morte habitasse aquele lugar. Ela olhava fixamente para um ponto, como se alguém além de nós estivesse naquela sala.

- Tem mais alguém aqui? - perguntei. - Se tem, onde está?

Ela apontou para mim, como se estivesse na minha frente. Ela me olhava fixamente, com uma expressão de pânico, como se eu fosse um assassino e ela uma vítima.
Repentinamente, vários cortes surgiam em seu corpo, até que, com um corte mais profundo, seu braço direito caiu.
Ela estava gritando descontroladamente enquanto o sangue jorrava de seu corpo. Eu, apavorado com aquela cena, gritei:

-Apareça pra mim, deixa ela em paz.

Apareceu um homem coberto por capa que lhe escondia a face. Gritei para ele, dizendo:

-Deixe ela e me pegue!

-Com você não tem mais graça, já te torturei mentalmente muitas vezes! -respondeu ele

Minha irmã, sofrendo com aquela dor horrivel, susssurou, quase sem forças:
-O que eu fiz pra merecer isso? - quase não se ouvia sua voz. - Me deixe em paz...

Ele respondeu:
-Não te chamam de boneca pela sua beleza? Agora você será minha boneca de porcelana!

Ele pegou o braço dela e o costurou de volta em seu lugar, repetindo o ato em todos os cortes que tinha feito. Eu não podia fazer nada, pois estava paralizado de medo, apenas vendo minha irmã sendo costurada friamente.
Quando acabou, ele olhou-me e disse:
-O que achou do meu trabalho?

- Por que? - perguntei, em prantos.
Ele não respondeu. Apenas me olhou friamente, como se estivesse dizendo: "Com você, será muito pior". Olhei novamente para minha irmã. Ela estava parecendo uma boneca de pano, costurada em várias partes de seu corpo. Ela estava com a cabeça baixa escondendo a face com seus cabelos. Mas, de repente, ela levantou a cabeça e seus olhos se tornaram negros, escorrendo um líquido estranho que parecia ser sangue coagulado.

Fechei os olhos para não ver aquela cena. Mas, mesmo assim, a imagem de minha irmã sendo torturada povoava minha mente, tornando meu sofrimento cada vez maior. Quando abri os olhos novamente, estava sentado no sofá. Olhei para o lado e vi minha irmã encarando-me apavorada, como se tudo aquilo tivesse acontecido com a gente.

O som do relógio quebrou o silêncio da sala. Eram 3hs da manhã. Apavorado, acendi todas as luzes da casa e sentei-me abraçado com minha irmã, rezando para que o telefone não tocasse. Alguns minutos se passaram, quando, novamente, o telefone tocou. Nós nos olhamos e fomos juntos atender o telefone. Atendi, e novamente, silêncio. Quando fui desligar, um grito estridente soou do telefone. Apavorado, arremessei o telefone contra a parede e corri do quarto, arrastando minha irmã junto. Mas uma surpresa nos aguardava, em cima do sofá: uma bela boneca de porcelana..."

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Apenas mais um conto para um fim de noite...

Parecia mais um dia comum. Eu e Rafael estávamos saindo de casa para irmos encontrar alguns amigos. Ele parecia diferente naquele dia, não havia dito nada. Não liguei muito, afinal, ele não era uma pessoa muito comunicativa.
Enquanto andávamos, ouvimos um barulho estranho vindo de uma casa, há muito tempo abandonada. Parecia que alguém estava brigando lá dentro. Incerto, decidi entrar e tentar ajudar quem estava lá dentro. Rafael, surpreso com minha atitude, me acompanhou, sem questionar o porquê.
Quando entramos, nada. A casa estava exatamente como sempre: devastada. Parte da destruição foi causada pelos amigos de Rafael, que usavam a casa enquanto ela ainda estava em estado considerável, para festas. E, para os mais “assanhados”, havia um quarto distante da casa. Para chegar nele, era necessário cruzar um estreito corredor, garantido a privacidade de quem fosse para lá. E, numa destas festas, um casal foi até lá, como de costume. Mas eles discutiram seriamente. Irritado, o garoto começou a bater nela. Mas ele não soube parar. Quando se deu conta, ela estava morta. Desesperado com o que fez, ele fugiu.
Os amigos deram falta de ambos. Pensaram que estavam naquele quarto, “se divertindo”. Mas o tempo passou. Duas, três horas. Ninguém passava tanto tempo assim lá. Resolveram investigar. Quando chegaram lá, se depararam com um corpo encostado na parede e estilhaços de vidro, resultado da janela que havia sido quebrada. Ninguém chamou a polícia, pois se chamassem, todos iriam presos. Decidiram então fechar aquele quarto e nunca mais usar a casa.
Agora, voltamos àquela casa. Lembranças daquele dia voltaram a povoar minha mente. Quando me lembrei daquela garota, um vulto cruzou um corredor à nossa esquerda, correndo de uma porta à outra. Olhei para Rafael, para ver se ele também tinha visto aquilo. Sua expressão demonstrou-me que sim. Tinha alguma coisa na casa, e ela estava querendo alguma coisa conosco. Decidido, segui-a. Rafael, assustado, apenas me acompanhava. Parecia que o medo havia-o emudecido mais ainda.
Toda vez que o vulto passava, eu ia à sua direção. Foi quando percebi para onde ele estava indo. Para o quarto. Aquele onde a jovem havia sido assassinada. Um calafrio percorreu minha espinha. Nunca mais havia voltado lá desde o dia em que encontramos seu corpo sem vida.
Ela virou-se e me encarou. Naquela hora, fiquei paralisado de medo. O vulto não tinha face. Era como se ela tivesse sido arrancada. Não conseguia me mexer e não queria mais continuar com aquilo. Mas não era hora de fraquejar. Já vim até aqui. Tomei coragem e decidi enfrentar meu medo, arrastando Rafael comigo, que continuava sem dizer uma palavra, tão amedrontado quanto eu.
O corredor permitia apenas a passagem de uma pessoa por vez, então, entrei primeiro, seguido por Rafael. O pequeno trajeto parecia estar maior do que me lembrava. Isso tornou aqueles segundos de ansiedade e medo infinitamente maiores. Quando conseguimos ver o quarto, ele não tinha mais uma porta, e sim uma janela em seu lugar.
Esperei Rafael ficar ao meu lado para poder olhar lá dentro. Quando me certifiquei disso, abri a janela. Aconteceu o que eu não queria. Havia marcas de sangue por todo o quarto, e o corpo da garota estava no mesmo lugar onde encontramos: encostado na parede. Mas, quando olhei para ela, percebi que agora ela estava com sua face, demonstrando um semblante triste. Assustado, fechei a janela rapidamente, mas alguma coisa abriu-a violentamente. Foi a garota, ou o que restou dela. Seus olhos tornaram-se negros, apontando para Rafael. Virei-me para vê-lo, mas ele estava completamente paralisado. Quando voltei minha atenção para o quarto, ela não estava mais lá, mas tinha deixado uma mensagem na parede, escrita em sangue: “foi ele que fez isso”.
Perdi o controle. Gritei com o novo susto e tentei dizer para irmos embora dali de uma vez antes que alguma coisa acontecesse. Porém, quando me virei para Rafael, seus olhos tornaram-se negros e ele soltou uma risada maléfica, avançando em minha direção logo em seguida.
Fechei os olhos e esperei pelo pior. Mas, quando abri novamente os olhos, eu estava na minha cama, com Rafael dormindo no chão, ao lado da cama. “Foi tudo um sonho?”, pensei. Ainda um pouco nervoso com o sonho, levantei-me e fui até a cozinha, tentando não fazer barulho para não acordá-lo. Tomei um copo d’água e me acalmei um pouco. Voltando para o quarto, observei-o um pouco. Ele parecia estar normal.
Então, voltei para minha cama e tentei dormir, virando-me de forma que pudesse vê-lo. Meus olhos começaram a pesar lentamente. Quando estava quase pegando no sono, ele acordou, encarando-me novamente com aqueles olhos negros expressivos. Percebi, naquele momento, que meu destino estava selado...

sábado, 1 de novembro de 2008

Apocalipse Pessoal

Durante um período de cinco anos, aproximadamente, vaguei por diversas cidades, com o único propósito de esquecer. Parti de minha cidade natal com nada mais do que uma mochila contendo algumas poucas roupas, deixando para trás apenas minha casa, já que não havia familiares e muito menos amigos. Fora abandonado por todos desde a fatídica data em que, acidentalmente, provoquei a morte da única pessoa que amei em toda a minha vida. Os amigos e familiares – meus e dela – não acreditaram que havia sido um acidente, e, ao invés do apoio que eu precisava, fui covardemente abandonado por todos. O estado em que minha mente se encontrava era tão caótica que nem quando tentei suicídio eu obtive êxito. Após este episódio, resolvi deixar a minha antiga vida para trás. Eu estava andando por uma estrada totalmente sem movimento, quando uma tempestade começou a se armar no horizonte. As nuvens cinzentas davam um estranho tom azulado ao local, e o silêncio mórbido que me cercava traziam uma tristeza inimaginável. Senti um forte aperto no coração, como se alguém o estivesse apertando, e lágrimas começaram a rolar por minha face. Na minha frente, pude ver a minha amada dançando, exatamente como da última vez que estivemos juntos. Seus longos cabelos negros dançavam junto com ela, em movimentos aleatórios no ar. Naquele momento, caí de joelhos no acostamento da estrada, aos prantos. Quando voltei ao normal, com a vista ainda embaçada por causa das lágrimas, pude perceber, a alguns metros do acostamento, um imenso portal de madeira, que devia medir cerca de três metros de altura, por aproximadamente dois metros de largura. Aproximei-me daquela curiosa construção, já extremamente deteriorada pelo tempo, e percebi que, embora semi-destruída, ainda mantinha alguns de seus detalhes originais, uma série de entalhes em baixo relevo feitos na madeira, que tinham características muito peculiares. Pareciam hieróglifos – mas talvez fossem ideogramas. Ao fundo, uma longa estrada de terra estendia-se além de uma pequena colina. Como a tempestade era iminente, resolvi seguir a estrada na esperança de encontrar alguma construção que pudesse me abrigar até a chuva passar. A estrada era longa e tortuosa. Depois de duas horas de caminhada, cheguei ao topo da colina. Fiquei ao mesmo tempo maravilhado e assustado quando vi que no pé da colina havia uma cidade inteira, com casas em uma arquitetura que eu nunca vira. Rapidamente consultei meus mapas de viagem, e fiquei surpreso quando vi que nem a cidade e nem mesmo a estrada que eu caminhara horas antes estavam no mapa; tudo o que havia era uma imensa área vazia. Enquanto eu consultava meus mapas, pude ouvir, bem ao longe, o badalar de sinos. Aquele som me causou um terror agudo, pois badalavam de forma macabra, soando como um convite para um eterno passeio no inferno, guiado pelo próprio Lúcifer. Embora o som fosse de diversos sinos, não soavam como sinos. Guardei os mapas em minha mochila, pensando em ir embora daquele lugar, mas alguma coisa me atraía ali. Como a chuva estava começando a cair, me apressei em descer a colina. A cidade era envolta por um grande muro, e um portal semelhante ao que encontrei na beira da estrada estava localizado ao centro, permitindo o acesso para dentro da cidade. Entrei na cidade, seguindo pela rua de pedras que extendia-se à minha frente. A rua era muito estreita, e as casas pareciam avançar sobre ela, quase a devorando; em alguns pontos, podia-se perceber que os estranhos telhados das casas encontravam-se, formando um medonho túnel. Tentei bater na porta da primeira casa da cidade, mas não obtive resposta; e assim foi com as várias casas subsequentes. Os sinos ainda tocavam sua macabra sinfonia, mas agora com um volume muito mais alto. Segui pela rua à minha frente, sem encontrar ninguém no caminho. A cidade parecia totalmente deserta – fato que era corroborado pelo péssimo estado de conservação geral da cidade. Mas se estava deserta, quem estava tocando os sinos? Com a chuva agora caindo fortemente, resolvi seguir as badaladas, na esperança de encontrar alguém. Por alguns minutos, caminhei por ruas que pareciam exatamente iguais, com as casas aglomeradas e quase se tocando no ar. Escolhi, quase aleatoriamente, os caminhos a seguir quando eu encontrava alguma bifurcação ou cruzamento, tentando sempre seguir o badalar infernal dos sinos. Mas, embora eu tivesse continuado andando, muitas vezes eu achava estar sempre no mesmo lugar, uma vez que as casas tinham a mesma aparência esquisita, e as ruas eram exatamente iguais. Meu passo já estava apressado, quase correndo, quando uma sensação de claustrofobia começou a tomar conta de mim; eu queria desesperadamente sair daquele lugar. Tentei refazer o caminho de volta, mas eu parecia retornar sempre ao mesmo lugar. Quando eu parei para pegar um pouco de ar, tive a sensação de ver um vulto passando por trás de mim. Olhei para trás, mas tudo o que vi foi a mesma rua de sempre. Olhando um pouco mais atentamente, percebi que a porta de uma das casas estava entreaberta. Cautelosamente, dirigi-me até lá, olhando ao redor para certificar-me de que ninguém estava à espreita. Chegando na porta, chamei por alguém, mas, como eu já imaginava, ninguém me atendeu. Empurrei bem devagar a porta, para deparar-me com uma escuridão que eu nunca havia visto antes. Com o ritmo do coração acelerado, empurrei um pouco mais a porta e coloquei a cabeça para dentro, procurando alguma fonte de iluminação. Eu estava com metade do meu corpo do lado de dentro da casa, quando, novamente, vi um vulto passando atrás de mim. Assustado, virei-me para tentar descobrir quem estava tentando me pregar uma peça, mas novamente não vi ninguém. Resmungando, virei-me para a frente para entrar na casa, mas dei um pulo quando deparei-me com alguém, ou alguma coisa, a poucos centímetros de mim. Não pude conter o grito de horror quando aquela coisa – mais ou menos do meu tamanho – segurou fortemente meu braço. Senti um formigamento quando aquela mão gelada me tocou; lutei com todas as minhas forças para me soltar daquilo que apenas balbuciava alguns sons incompreensíveis. Aqueles grunhidos, aliás, não poderiam vir de lugar nenhum, pois, quando olhei para o rosto da criatura, novamente suei e estremeci, quando percebi que não havia rosto, apenas uma cabeça, branca como o resto do corpo, mas com um horrível tom azulado. Embora não houvesse olhos, eu sentia que aquilo me olhava, e seu olhar tinha o incrível poder de me causar medo como eu nunca sentira antes. Virei as costas para a criatura e começei uma corrida desenfreada pelo tortuoso labirinto que era aquela cidade. Por alguns minutos não olhei para trás, mas quando o fiz, tropecei devido ao pavor que me dominou, não apenas a criatura que havia me agarrado estava me seguindo à distância, como dezenas exatamente iguais a ele, todos balbuciando o mesmo estranho som, que fazia uma harmonia perfeita com o badalar infernal dos sinos, que agora estava mais alto do que nunca. Corri, como eu nunca havia corrido antes, e, depois de alguns minutos, vi o que parecia ser uma saída daquele labirinto. Cheguei a um lugar que parecia um oásis em meio àquele inferno que descansava atrás de mim. Um imenso lago, com uma imensa cadeia montanhosa ao fundo, adormecia traquilamente à minha frente. Misteriosamente não chovia ali, embora o céu estivesse totalmente nublado, com o sol fazendo um esforço imenso para sair, mas impedido pela densa massa de nuvens. Senti aqui o mesmo tom azulado que eu sentira na estrada, o que me causou um certo enjôo ao relembrar a cena que eu vira naquela ocasião. Cheguei a esquecer por completo das coisas que me seguiam quando vi um pouco à minha frente um banco de madeira, onde uma mulher permanecia calmamente sentada, aparentemente apreciando a estranha visão que nos era oferecida. Aproximei-me devagar e sentei ao seu lado. Antes que eu pudesse vê-la ou falar alguma coisa, a mulher virou-se para mim, e nesse momento, meus olhos encheram-se de lágrimas novamente, um frio congelante percorreu minha espinha quando minha amada olhou em meus olhos e me perguntou: – Por quê? Eu estava em prantos quando perguntei o que ela fazia ali. – Estou fazendo a mesma coisa que faço desde o dia que você me matou, estou aqui, sentada, aguardando. – Aguardando o quê? – Perguntei. – Você. – Ela respondeu, com o sorriso mais lindo que eu já vira até então. – E estas criaturas, o que são? – perguntei, olhando para trás e descobrindo que as coisas haviam sumido. – Estão aqui para ter certeza de que não iremos embora. Devemos ficar aqui, até que chegue a nossa hora de partir. Antes que eu pudesse fazer mais perguntas, ela segurou minha mão e fez sinal para que eu ficasse calado. Embora confuso, eu estava extremamente feliz por poder vê-la novamente, embora eu não tivesse certeza se ela estava morta ou viva. Na verdade, isso não fazia muita diferença, a sensação de estar ao lado dela, mesmo que calados e sem poder tocá-la era indescritível. Ficamos por muitas horas sentados naquele banco, ouvindo o badalar incessante dos sinos e apreciando aquela paisagem sinistra, mas cativante. Anoiteceu, e o céu começou a adiquirir uma coloração estranha, vermelha, lilás, ou algo parecido com isso. O lago à nossa frente começou a se agitar, quando o fogo começou a brotar de sua superfície; em alguns pontos, via-se que o fogo crescia criando uma chama que ia direto ao céu sangrento, criando um espetáculo funesto. Quando virei o rosto para perguntar o que acontecia, vi minha amada me olhando de forma estranha, eu podia ver a fúria em seus olhos, e seu corpo estava em avançado estágio de decomposição. O sangue escorria de sua boca e a faca que eu acidentalmente cravara em seu coração ainda estava ali. Ela gritava, chorava, e me segurava com uma força incrível; eu não podia me soltar. Eu já estava no chão quando vi as criaturas vindo para cima de mim e, embora sem rosto, começaram a devorar, lentamente, cada pedaço de meu corpo, assim como minha amada. Os sinos agora badalavam de forma histérica, e mais e mais chamas saíam do lago em direção ao céu. Eu já sentia o sangue escorrendo de minha boca e a dor de ser comido vivo era dilacerante. Alguns de meus dedos eram delicadamente saboreados, enquanto outros eram arrancados de forma violenta. Não consigo, em palavras, descrever toda a dor que senti. De repente, tudo ficou escuro. Quando acordei, o lago estava absolutamente normal, assim como o céu, embora ainda tivessem o tom azulado de outrora. No banco ao meu lado, minha amada continuava sentada, mas seu corpo estava em perfeito estado e ela tinha um pequeno sorriso de felicidade. Uma dor aguda tomou conta de mim quando tentei me levantar, e então percebi que o estrago feito na noite anterior ainda estava em mim. Alguns dedos faltando, sangue por todo o lado e uma dor horrível vinha de dentro de mim. Com um esforço imenso, levantei-me e sentei-me no banco, ao lado dela. Por maior que fosse a dor, a sensação de estar ao lado dela era maior do que tudo. Mas, assim que me sentei, ela levantou-se e foi embora, sem dizer uma palavra. Permaneci sentado, chorando, pois eu sabia, naquele momento, que a hora dela ir embora havia chegado, e que, toda a noite, eu teria que viver o castigo de ser devorado por criaturas sem face. Aquele era o meu inferno pessoal, era o meu castigo por ter matado a mulher que mais amei. E o que mais doía não eram as mordidas ou a sensação de ter meus órgãos arrancados, mas era a visão dela indo embora. Então eu sentei no banco, e contemplei as montanhas, pois eu sabia que por mais que eu corresse, eu jamais conseguiria sair daquela cidade. E fiquei ali sentado, aguardando o meu apocalipse pessoal chegar junto com a noite, trazido pelas criaturas sem face.

sábado, 11 de outubro de 2008

O Inseto

Calhou a um inseto recém emerso de sua última metamorfose que viesse ao mundo na cela de um monge que naquele momento expirava num último frêmito silencioso. No exato momento em que o monge arregalou os olhos diante da morte o inseto pousou sobre os lábios ressecados do ancião recebendo-lhe o derradeiro sopro de vida. Ato contínuo o inseto alçou vôo conforme seus instintos, mas de imediato sentiu uma vertigem que o fez cair sobre um livro de orações aberto em cima de uma mesinha tosca sobre a qual repousavam também um terço muito velho e um castiçal de estanho.
Mal recuperou os sentidos, o inseto pôs-se a pensar, o que de modo algum condizia com sua condição de invertebrado e artrópode. Agora duas naturezas lhe impeliam. Por um lado os instintos por outro, um turbilhão de pensamentos, de imagens e impressões que não pareciam lhe pertencer. De imediato, os instintos básicos falaram mais alto, impelindo-o ao vôo, em busca de alimento e procriação. Ao mesmo tempo o ambiente majestoso do mosteiro o atraia enormemente. Desnorteado o inseto vagou entre colunas esguias e abóbadas até encontrar o caminho para o jardim interno do mosteiro. O ar fresco e o sol da primavera fizeram-no esquecer por um instante o estado torturante em que se encontrava sua pequena mente. O perfume de um arbusto florido atraiu-o, depois foram restos adocicados de um pão, uma gotícula d’água para matar a sede, em seguida o âmbar fluindo de um plátano, até que o hábito marrom de um monge sentado à sombra atraiu-o por mimetismo. Pousando suavemente sobre o ombro do jovem monge que não se lhe deu por conta, pôs-se a ler a página amarelada de um livro que o religioso abrira sobre as pernas. Como contava com mais de um par de olhos e muita curiosidade o inseto leu de pronto a página do livro surpreendendo-se com a revelação da existência de um Espírito eterno, perfeito, onipresente, onisciente e principalmente de infinita bondade e compaixão, criador e juiz de tudo o que havia a sua volta e tantas outras coisas que não vira ainda em sua jovem existência de inseto. Por certo havia sido aquele Espírito Absoluto que o criara e que o fizera pensante. Entretanto, a razão de ser da maioria das coisas a sua volta lhe escapava. Aqueles homens silenciosos que vagavam pelo mosteiro, o que mais faziam além de curvar-se sobre os livros e morrer na companhia de insetos? E para além das paredes colossais do edifício, haveria outras criaturas, outros jardins? Com certeza. Mas como seriam? E acima das nuvens, além da Terra? Como a luz solar poderia ser tão perfeita, nem sutil demais, nem abrasadora em excesso? E o que dizer dos alimentos que se encontrava em profusão?
E assim ficou a conjeturar o inseto, até que novamente os instintos dele se apossaram arrastando-o até uma fêmea. Enquanto copulava ficou a imaginar o sentido daquele arrebatamento. Parecia que seus apetites também atendiam a uma lógica. Mas qual seria esta lógica?
Quando se desvencilhou da fêmea sentiu os primeiros pingos de chuva cair sobre o jardim. Logo a chuva caiu copiosamente e a brisa primaveril transformou-se em ventania a varrer tudo pela frente. O inseto também foi arremessado por entre arbustos, ao sabor do vento e por pouco não se afogou numa poça d’água, salvado-se pela queda de um ramo ao qual apegou-se instintivamente. A fêmea com a qual copulara, entretanto, não tivera a mesma sorte, jazia coberta de lama e despedaçada, poucos metros adiante. O incidente levou-o a fazer novas conjeturas sobre o Ser onipotente. Teria sido ele que o salvara da morte? E porque não salvara a fêmea se o livro do monge o descrevia como um ser de infinita bondade e compaixão?
Aturdido o inseto tratou de voar para lugar seguro e seco. Num vôo errático alcançou uma janela aberta em arco por onde entrou. Naquele recinto enorme juntavam-se os monges para ler à luz de candelabros. Havia muitos livros e o inseto sentiu desejo incontrolável de lê-los, tarefa que logo percebeu impossível. Percebeu, também, que outros insetos de outras espécies abrigavam-se naquele salão, alguns a voar como insanos em volta das labaredas das velas, outros a comer a madeira das estantes e outros a comer as brochuras, pergaminhos e tecidos,outros ainda a fazer ninhos, ocupando-se, vejam só, unicamente de viver, excretar,reproduzir-se e morrer. Mas ele era afinal, diferente, ocupava a maior parte do tempo a pensar.
Vagou por sobre muitos livros abertos, encantou-se com a geometria euclidiana, com as Sumas, com os poemas e iluminuras. Num dado momento pousou sobre uma mesa onde liam dois monges bem velhos. Um deles atinha-se a um tópico interessante que dizia serem todas as criaturas vivas obras do Criador e que por isto deviam ser respeitadas e amadas. Mal lera a última linha quando um dos monges apontou na sua direção e observou: _Veja que inseto estranho, tem uma cabeça enorme. É repugnante, nunca vi nada igual! O outro monge espantou-se e disse: _Trate de matá-lo, pode ser venenoso. O monge mais velho levantou o livro que lia e num golpe tentou esmagar o inseto que apesar do susto ainda conseguiu voar. O golpe arrancou parte de uma das patas traseiras do inseto que, mesmo assim, voou num espiral ascendente.
A salvo sobre uma viga do teto, imerso na escuridão, o inseto refletiu sobre o paradoxo que experimentara há pouco. Por que os monges atentaram contra a sua vida, tão insignificante e inofensiva, mesmo após terem lido as abençoadas palavras do Criador sobre o respeito às criaturas? Teria o Criador abandonado sua obra, entregando-a ao acaso? Existiria, afinal, o tal Criador? Que afirmação tola. Com certeza, havendo uma natureza tão repleta de diversidade certamente haveria uma causa inteligente e esta causa seria o Criador. Mas, afinal, qual seria o propósito da existência? E da morte? Qual seria a função de um monge e de um inseto no concerto das coisas?
Perdido em suas divagações o inseto mal percebeu a aproximação de uma aranha que matreiramente avançava a saltos curtos em sua direção. Graças a sua percepção de inseto pode safar-se das quelíceras da aranha faminta, lançando-se num salto sobre o imenso espaço aberto da biblioteca. Novamente os instintos o haviam salvado das distrações provocadas pela sua inquietante capacidade de especular sobre os porquês.
Enquanto zunia acima dos monges sofreu o ataque impiedoso dos morcegos que chegaram a deslocar uma de suas asas, impossibilitando-o, daí por diante, de voar. Agora se agarrava à lombada de um velho livro cuja cor lhe garantia a quase invisibilidade. Sentia-se fraco e dolorido. Além disto, seus instintos mandavam que se alimentasse urgentemente. Talvez algum monge deixasse alguma migalha ou uma flor sobre a mesa de leitura. Se conseguisse arrastar-se até lá, escapando dos morcegos, teria chance de sobreviver.
Mesmo faminto, sua mente inquieta não parava de perscrutar o mundo e o transcendente. Afinal, pensava como o Criador sendo perfeito engendrara uma criação imperfeita, cheia de contradições? Seria, então, o Criador imperfeito? E, sendo assim, qual o sentido das imperfeições da matéria? Sua própria situação parecia-lhe um paradoxo. Um inseto pensante, mas preso aos caprichos dos instintos? Um ser inofensivo, alvo da fúria e ignorância dos homens e dos instintos dos outros seres.
A lua cheia subiu no firmamento até atingir, em cheio, uma das janelas da biblioteca e encontrou o inseto já quase sem forças, ferido e à mercê dos predadores. Àquela altura da noite os instintos do inseto avisavam-no que seu relógio biológico marcava para breve o momento de sua morte. O inseto perguntava a si mesmo o porquê de uma existência tão breve e aparentemente sem sentido. Nem mesmo suas dúvidas mais elementares haviam sido respondidas. As respostas estariam em algum dos milhares de livros da biblioteca? Estariam na mente dos monges? Provavelmente não.
De repente, deu-se por conta que havia cometido um erro capital, desperdiçara a vida de inseto com especulações acima de sua capacidade, deixara, portanto de fruir do tempo que lhe havia sido dado, já não importando se pelo puro acaso ou pelo Criador. Neste instante o inseto perdeu as últimas forças e desprendeu-se da lombada do livro, despencando no vazio noturno.
No dia seguinte o monge encarregado da limpeza da biblioteca e também entomólogo amador encontrou o exoesqueleto do inseto sobre o piso e surpreendeu-se com suas peculiaridades anatômicas. O inseto tinha uma enorme cabeça sobre a qual havia uma espécie de carapaça, lembrando um capuz. Seu corpo era de um marrom idêntico ao dos hábitos usados por aquela ordem religiosa. Buscou numa prateleira um grande compêndio sobre insetos e verificou que nada constava sobre aquele estranho animal o que o deixou extremamente entusiasmado com a possibilidade de ter descoberto uma nova espécie, o que se confirmou alguns meses depois. A descoberta foi tão inusitada que a ordem religiosa a registrou em seus anais e ainda agregou ao símbolo do monastério a figura do inseto-monge, que assim passou a existir para sempre.

domingo, 5 de outubro de 2008

O Retrato do Bebê

Ninguém se salva
Do naufrágio da própria alma.
Quisera que o mar do não-ser
Em fulminante amplexo
Tivesse me levado da vida
Mas não fui eu a escolhida.
Foi assim
Que a última centelha se esvaiu.
Na fria tenaz de um fórceps
Vítima da orgia genética
Jaz nesta sala acética
Meu pobre filho sem nome.
Morreste
Na mesma negra ignorância em que nasceste.
Voltaste ao nada e nada foste
Senão a experiência malfadada
De um deus louco varrido.
O primeiro vagido
Foi teu último suspiro de vida
Inocente condenado
A ser uma corruptela de humano
Minha pobre criança mutante
Teu corpo com duas cabeças
Enfeitará a estante
Do laboratório de anatomia.

Darkness Angels

"Final"
Novamente, saí da minha casa e fui até o campo de batalha. Passo a passo, todo o meu sonho estava se concretizando. “Então realmente foi uma premonição”, pensei, enquanto subíamos a torre em direção a Paulo.
Quando chegamos ao topo, novamente a mesma conversa. Apenas esperei o momento certo para atacá-lo, e quando ele foi em direção à Gabriela, lancei-me contra ele, impedindo seu ataque. Dali em diante, saquei minha espada e começamos a lutar. Enquanto lutávamos, alguns dos monstros que guardavam a porta da torre subiram, indo em direção à Gabriela, não lhe dando outra opção a não ser se defender.
Por mais que tentássemos surpreender um ao outro, não conseguíamos. Embora eu lutasse com todas as minhas forças, parecia que não conseguia vencê-lo e ele também não conseguia me vencer. Esta luta estava se tornando cansativa para os dois.
- É hora de dar fim nesta luta. – disse Paulo – Nós dois já estamos exaustos. Concentre todas as suas forças no próximo golpe e vamos acabar com isso de uma vez por todas.
- A guerra acaba aqui. Você perdeu.
Concentrei toda minha força na espada e avancei na sua direção, enquanto ele fazia o mesmo. Balançamos as espadas com todas as nossas forças. Quando nos acertamos, um trovão caiu ao fundo.
A espada dele sequer chegou a me tocar. Mas, quando olhei para minha espada, ela estava banhada em sangue.
- Então é assim que acaba... – disse Paulo – Adeus, meu filho.
Seu peito estava cortado de cima a baixo. Ele estava morrendo, e a guerra, finalmente acabando.
Gabriela, que se livrou dos monstros que a atacavam, foi até o corpo de Paulo e disse:
- Um dia você mereceu o céu. Agora, vá para o inferno e pague seus pecados.
Ela deixou Paulo ali e veio na minha direção.
- Nós vencemos. – disse ela.
Olhei para baixo e vi meus anjos finalmente triunfarem. Eles olhavam na nossa direção e comemoravam nossa vitória.
- É...
- Não está feliz? Agora acabou.
- Ainda não. Tenho que fazer uma coisa.
Levantei-me, meio cambaleante, e saí do castelo. Lá fora, todos me ovacionavam. Enquanto eles continuavam a comemorar ali, saí dali e voltei até minha casa. Tinha que avisá-la que finalmente tudo terminara.
Quando cheguei, ela ainda estava dormindo. Sentei-me novamente ao seu lado, e ela acordou.
- Oi.
- O que aconteceu, e por que você está todo machucado? – disse ela, tentando esboçar alguma irritação.
- Acabou. Nós vencemos.
- O que?
- O que você ouviu. Chega de lutas. Agora poderemos viver em paz novamente.
- Isso é... Mas... Como?
- Da única maneira que poderia acabar: um de nós teria que cair. E, pelo que você está vendo, não fui eu. – disse, em tom irônico.
Ela tentou se levantar para me abraçar, mas não conseguiu. Ainda estava fraca demais para isso. Mas agora não era mais preciso ter pressa. Deitei-me ao seu lado e a abracei. Adormecemos novamente, sabendo que, a partir de agora, o mundo seria totalmente diferente para todos nós...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Os Demônios Estão Por Toda a Parte

Ladeira escura e sem termo
Neva e venta o tempo todo
Lodo, encruzilhadas, uivos de lobos
Parecem sair das paredes.
Voam morcegos e abutres
Entre os archotes de um cemitério.
Diabretes saem do chão
Serpentes metem-me os dentes.
Maldita musica petrificante!
A minha frente um zumbi
Atrás de mim um mutante.
Finalmente o portal encimado
Por dragões de ferro em brasa.
Deve ser esta a casa
Do Tinhoso que procurava.
Faço tocar a aldrava
E o portão se abre aos poucos.
Ouço um rugido medonho
Saindo da cova da Besta.
Economizei bala e espada
E um bônus de sete vidas
Agora uma mão ossuda e comprida
Aponta sobre a minha cabeça
Finalmente achei o código
Que a última etapa guardava
Com ele libero uma arma
Que salva o mundo do diabo
666, 1313, 7,7,26
Como era mesmo o nome do rei
Que salvei na segunda etapa?
Ups! Este jogo é mesmo uma merda.
Vai começar tudo de novo.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Apaixonado por uma Vampira!

Em uma cidade do interior, a vida era boa, agricultores cuidavam de suas plantações ao som de um bom vaneirão
Sem saber o q se escondia enquanto o sol estava à mostra e que se libertava quando a lua nascia.
Igor foi a esta cidade a procura de festas, bailes e mulheres. Diziam que lá as festas eram ótimas e que aviam muitas mulheres.
Igor que se dizia um galanteador, na primeira festa já tinha ficado com muitas garotas. Quando ao canto do salão ele viu aquela linda mulher, de seios fartos,
Lábios lindos e incríveis olhos verdes. Ele sem pensar duas vezes se aproximou e disse:
- Oi? Qual o seu nome?
Ela olhou pra ele e não respondeu.
Ele continuou:
- Hei, sabia que te achei linda?
Mas ela continuou sem responder.
Ele virou as costas para ela e quando deu o seu primeiro passo para sair daquele lado do salão, ouviu uma voz suave, relaxante que penetrou em seus ouvidos:
-É assim? Você desiste tão facilmente do que quer?? Pensei que teria encontrado alguém interessante realmente, mas vi que é apenas mais um.
Igor voltou e disse:
-Porque não respondeu?
Ela respondeu dando um sorriso:
-Era um teste
Ela se levantou e disse para Igor segui-la. Ela saiu do salão, entrou em um beco onde havia uma porta e disse:
-Moro aqui, vamos entrar?
Igor fez um sinal de sim com a cabeça e os dois entraram.
Tiveram uma Ótima Noite, mas ao amanhecer, Igor estava deitado na cama do hotel onde estava hospedado.
Igor se levantou pensando naquela bela mulher. Qual será o nome dela? Será que realmente aquilo aconteceu?
Foi ao banheiro e enquanto escovava os dentes, viu uma marca de em seu pescoço e disse:
- Aconteceu sim, eu realmente passei a noite com aquela mulher.
Chegou à janela e afastou as duas cortinas que tapavam a forte luz do sol.
Deu um rugido e pulou para o lado da cortina onde a claridade do sol não alcançava e dizia enquanto seu corpo reagia como se tivesse queimando:
- Meu corpo! Que dor horrível, por que sinto essa dor ao chegar à luz?
Será que tem a ver com que aconteceu ontem à noite? Vou esperar o entardecer e vou voltar para o baile e ver se encontro aquela mulher novamente ou talvez vá até a casa dela.
A noite chegou e ele se arrumou, vestiu roupas escuras, pois às claras ardiam seus olhos.
Chegando ao baile muitas mulheres queriam passar a noite com ele, mas ele só tinha olhos para aquela mulher.
Procurou por todos os cantos e nada, saiu do baile e foi até a casa dela, mas uma senhora de idade atendeu.
Ele perguntou sobre aquela mulher e a senhora pediu que ele entrasse.
Já lá dentro da casa a senhora pegou uma foto e perguntou:
- foi essa a mulher que você esta procurando??
Ele fez um sinal de positivo com a cabeça.
A velha começou a chorar e disse:
-Não pode ser essa é minha filha, faz anos que não a vejo, pois ela desapareceu e nunca mais voltou.
Igor voltou para o hotel pensando naquilo.
Eram 03h00minh da manhã e ele não conseguia dormir, pesadelos e muita dor em seu corpo inteiro fizeram com que ele se levanta-se e saísse caminhando pelas ruas.
Quando chegou a uma rua escura, viu um vulto que pensou ter sido daquela mulher e entrou na escuridão atrás dela.
Nenhum ruído naquele instante, apenas de seu coração batendo cada vez mais rápido.
Sentiu que alguém estava atrás dele e quando se virou era aquela mulher. Ela olhou para ele e ele notou que o verde dos seus olhos haviam se transformado no vermelho do inferno.
Ela furou o coração de Igor com uma estaca e disse:
-Dei poder a você e você não soube usa-lo, deixou seu coração tomar conta de seu corpo. Vou te matar, porque não quero que você fique me perseguindo. Ridículo, eu apenas queria ter prazer com você, pois vampiros não tem coração.
Depois de falar isso, virou as costas, arrumou seu vestido e seguiu enquanto o pobre Igor virava pó em meio à escuridão.



"Se seu coração mandar em seu corpo, prepare o caixão”.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

O Sacrifício

-Por que você está fazendo isso? O que eu lhe fiz?
Dizia ele acorrentado a uma maca cercado de aparelhos esquisitos e de utilidade duvidosa.
-Bem na verdade você foi escolhido, um jovem inteligente, bonito, de muito amigos, a pessoa perfeita para a ocasião.
Cantava o algoz, vestido ao que parecia serem trajes cerimoniais, manto escuro com escritas em verde em alguma língua há muito esquecida, usava também um capuz estranho em forma de lula que lhe conferia um aspecto medonho.
-Pessoa perfeita? Do que você está falando? Você sabe quem eu sou? Sabe quem é meu pai?
Risada estridente.
-Lógico que eu sei, você é surdo? Sei quem você é e sei quem é seu pai, você não foi escolhido ao acaso.
Contava o seqüestrador rasgando a camisa do prisioneiro e lhe cortando o em formas que ele não entendia.
-Mas você deveria sentir-se honrado com tamanha importância de sua missão, muitas vidas serão salvas graças a você.
-Como assim, você trabalha para alguém?
-Digamos que sim, mas já está na hora, temos que ir.
E falando isso abriu uma porta que o prisioneiro não conseguia ver e saiu puxando a maca. Carregou até a entrada de um túnel bruscamente inclinado para baixo, direto para o centro da terra. Ele não sabe se perdeu a consciência ou já estava delirando mas pareceu que estavam descendo a muitas horas, até que enfim chegaram a dois portões, que pareciam serem feitos da mesma rocha escura que revestiam as paredes e o chão, o ser encapuzado abri-o com esforço, e ao abrir foram bombardeados por um odor repulsivo de mofo e coisas podres. Do outro lado havia um grande salão sustentado por grandes pilares, e no centro o que parecia ser um poço com grilhões suspensos sobre ele.
Outros se juntaram a eles, vestidos também com trajes esquisitos, embora mais simples do que do homem que o seqüestrara, ele parecia ser o líder.
-O que vocês vão fazer comigo?
Gritava ele, mais não foi respondido, ao invés foi preso as correntes sobre o poço, os cultistas fizeram um circulo em torno do poço e entoaram uma música maldita.
O prisioneiro gritava e se debatia já em pânico, seu sangue pingando para o fundo do poço, os cântigos mais altos, a visão escurecendo, o coração mais rápido, tentáculos negros subindo pelo poço, os cântigos mais altos, o coração mais rápido e então silencio e nada mais importava.

Darkness Angels

" O fim de Tudo Pt.1"


Depois que eles saíram, percebia a gravidade dos ferimentos de Aline. Decidi levá-la pessoalmente para um lugar seguro, mas Gabriela não queria que saísse dali sozinho, então mandou que um deles nos acompanhasse. Levei-a até minha casa e pedi ao anjo que a cuidasse. Porém, antes de eu voltar ao campo da batalha final, Aline acordou, muito fraca. Queria dizer algo, mas não conseguiu. Antes de perder a consciência, fiquei alguns momentos com ela, e pareceu que adormeci ali, mas senti que não havia. Saí dali e voltei ao campo de batalha, onde todos me aguardavam. A hora estava chegando e com ela, o fim da guerra. Nessa hora, falei para eles:
- Hoje, meus filhos, temos a chance de encerrar o mal e o caos. Lutem por suas vidas e por todos aqueles que não podem lutar, mas que confiam suas forças em nós.
Houve uma ouvação depois disso e, então, a hora chegou.
- Está pronto para fazer isso? - indagou Gabriela.
- Não, mas é preciso.
- Que Deus nos guie.
A rua onde estávamos mudara de repente. Havia se tornado um campo cercado por bestas de todos os tipos, esperando para atacar. Em uma parte do campo, havia um castelo, que era onde Paulo nos esperava.
- Atacar! - ordenei.
Começamos o ataque em direção ao alvo, mas conforme nos aproximávamos mais do castelo, mais bestas, algumas indescritíveis, apareciam do nada e em quantidade assustadora. Então, eu, Gabriela e mais 3 anjos rumamos ao castelo, enquanto os outros nos davam cobertura.
Logo que entramos no castelo, percebemos que estava lotado de armadilhas. Mesmo assim, continuamos tomando cuidado, mas, quando passamos por um corredor estreito, fomos trancados e o teto começou a descer contra nós. Tentamos destruir os portões, mas foi em vão. Quando já estávamos quase sendo esmagados, os arcanjos mandaram que quebrássemos a parede enquanto eles tentavam segurar o teto. Enquanto eu e Gabriela saímos, eles tentavam sair um a um, mas apenas um deles conseguiu sair. Os outros foram esmagados pelo teto.
Sabíamos que não devíamos ficar nos lamentando. Tínhamos uma missão a cumprir. Quando chegamos na ante-sala do trono, pisamos em outra armadilha, fazendo com que um buraco fosse aberto no chão da sala, mostrando vários espinhos. Por muito pouco não acabou ali. Eu e Gabriela conseguimos nos salvar por um triz, mas o arcanjo não. Ele teve os espinhos cravados em todo seu corpo, atravessando-o.
Por sorte ou azar, chegamos ao topo da torre, onde Paulo nos esperava.
- Pela primeira vez, estamos os três juntos.
- Pena não poder dizer que estou feliz pai, porque isso acaba hoje.
- O que acaba? Minha tentativa de voltar para onde nunca deveria ter saído.
- Sim.
- Não tem pena de mim?
- Nem um pouco.
- Que pena. Então vocês irão morrer agora.
Ele abriu suas asas negras e veio nos atacar. "Preciso me defender e...", mas quando vi, já era tarde demais. Ele não veio me atacar, mas sim Gabriela. Mesmo ela sendo forte, não era páreo para ele. Ele a acertara no peito. Ela estava morrendo.
Fui tentar socorrê-la, mas foi em vão. Antes de morrer, disse suas últimas palavras:
- Sonhos são visões do nosso passado, presente e futuro. Cabe a nós decidir se...
Ela foi bruscamente interrompida e eu senti uma forte dor no peito. Paulo cravou a espada nos nossos peitos enquanto estávamos distraídos. Eu estava perdendo a consciência, mas mais do que isso, estávamos perdendo a guerra.
Eu estava navegando num lugar escuro, pensando: "Então foi assim que tudo acabou? Todos nós morremos? Não. Esse não é o fim, eu não vou deixar".
Quando me dei conta, estava de volta ao meu quarto com Aline ao meu lado, inconsciente. "Eu peguei no sono? Isso tudo foi um sonho? Se não foi, não irei errar novamente".


Light

O Demônio do copo

Eu deveria ter na base de uns 16 a 17 anos quando brinquei com o Copo, nunca fui muito de gostar deste tipo de brincadeira ainda mais por que sou medroso. Estudava no CIEP. Não preciso falar que o bairro a qual morava desde os meus 10 anos era muito pobre, e a violência pairava ate no cheiro dos esgotos, onde já vi muitas pessoas morrem com tiros.Nesta época não me interessava muito em estudos ia a escola apenas para ver os amigos, acordei 6:30 da manhã, me arrumei e fui à aula, soltamos mais cedo pois o professor Willy tinha faltado. Cheguei em casa, almocei e fui dormir, meu celular despertou era uma base de 17:00 horas e já começava a escurecer deixando o céu avermelhado do pôr-do-sol. Amigos e amigas do CIEP tinham marcado esse horário na praça, Me arrumei ao som de Metallica e saí, chegando lah fomos a casa de um deles.Uma das garotas comenta sobre a brincadeira do copo, e resolvemos faze-la, com a necessidade de um copo, meu amigo se levantou e pegou um dos copos da mãe dele.Voltando ao local com o objeto uma base de 8 pessoas resolvem que vão participar do jogo. Eu estava entre um destes, pois fui desafiado por um outro amigo que falou que eu estava com medo. Realmente fiz a grande besteira de participar, mas sabe como são os jovens, desejam mostrar que nunca temem nada. Começada colocamos o dedo no copo fizemos preces de invocação, quando sentimos um peso enorme no dedo, o copo ficou um pouco trêmulo, talvez do medo criado pelo dedo de alguém que participava. A garota que perguntou a primeira informação foi a que chamou para o jogo. - Você se encontra entre nós? Sem respostas, apenas o silencio dos demais... Neste tempo o copo da uma leve movimentada, e percebemos que não existe ninguém mexendo, pois existiam varias pessoas com o dedo em cima fazendo peso, seria muito aparente a movimentação. Mais uma pergunta e feita. - Você e bom ou Mau?O copo logo corre para escrever Mau, algumas garotas que participavam já com medo pediram para pararmos com a brincadeira, mas infelizmente o copo a respondeu como se fosse uma pergunta direcionado a ele "NÃO".Agora todos assustados ate a garota que inventou a historia de jogar desejava parar com tudo, ela disse que a única forma de para e pedir permissão depois quebrar o copo jogando este no chão para a invocação ir embora, mas que o espírito ficaria preso dentro daquele local.Cada minuto mais assustados a garota que teve a resposta negada de parar a brincadeira agora desesperada tira o dedo pega o copo o tomando para ela e joga em direção a parede com toda sua força e desespero. O copo cai no chão sem se quer um trinco, e algo mais estranho começa a ocorrer, um cheiro horrível paira no ar, como se fosse o próprio inferno o local. Entre nós a garota que era espírita começa a tremer de medo e a soar frio, desesperado pergunto a ela o que aconteceu, ela não responde apenas olhando para próximo do copo com seus olhos arregalados e depois de um tempo diz. - Me ajuda, ele esta olhando para mim, ele que traz o cheiro da morte!Sem entender uma garota e um rapaz tenta sair da sala, e ao olhar o corredor percebem o chão como se tivesse uma neblina, olham para o outro lado onde tinha uma parede diante do corredor e no chão dizem ver um cadáver do que possivelmente foi uma pessoa assassinada por ali. O pessoal inteiro se junta e começa a rezar pedindo a Deus ajuda, pois no mesmo momento o copo jogado ao chão estoura indo cacos a todos os cantos, e tudo voltando ao normal, juramos para nos mesmo que nunca mais faríamos este jogo.Outra experiência desta nunca mais quero passar, sobre o relato aconteceu comigo, eu apenas senti o cheiro que diziam ser de enxofre. As pessoas que o garoto e a garota viram foi de acordo com relatos uma das pessoas que já foram mortas lá por brigas, sim como disse o bairro e barra pesada, e mortes por armas naquele local já aconteceram.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Estamos de Volta!

Bem pessoal!
o blog vai voltar logo logo!!
dia 01/05/08, iremos voltar com novos contos e novos colaboradores !!

Se por acaso alguem estiver interessado em se juntar a nós e ser tbm um autor do nosso blog!
mande seu e-mail para art-terror@hotmail.com :
Nome:
Idade:
Orkut:
Por que acha q Merece ser um colaborador do Art-terror???

As 2 Melhores respostas serão novos colaboradores do Art-terror.

Abraço a todos e ótimos pesadelos!!!!


HAHAHAHAHA!