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Digamos que eu aceite esse desafio. O que eu vou ganhar em troca, Aline? –
perguntei.
- Uma
noite inteira comigo, com tudo que você quiser. – ela respondeu, com um olhar
malicioso na cara.
- Hmmm...
Interessante. Ok, eu topo. – respondi.
O
desafio em questão era passar uma noite acordado na casa de um amigo dela. Aparentemente,
a casa era assombrada e a família estava de mudança essa semana. Na verdade,
ela já havia saído de lá, só deixou as coisas pra trás até conseguir tirá-las
de lá. E claro, deixou alguém com as chaves da casa pra cuidá-la até então, que
no caso, eram os pais de Aline. Pegar a chave deles sem que eles soubessem foi
fácil, segundo ela.
Enfim,
saímos da casa dela e fomos para a casa em questão. Era estranho acreditar que
essa casa era assombrada. Ela tinha dois andares, um jardim bem cuidado e um
acabamento impecável, toda em branco. Estava meio preocupado que nos vissem
entrando na casa, mas já era noite, e ninguém prestou atenção em nós dois. Por
dentro, a casa era mais bonita ainda do que por fora. Uma sala ampla, mobiliada
com moveis bem antigos, ligava a cozinha com a escadaria próxima à porta, que
levava aos quartos.
- Tá,
vai ficar com essa cara olhando pra mobília ou vai se concentrar numa coisa um
pouco... Melhor? – ela disse, andando sedutoramente para o sofá da sala.
- Não
precisa chamar duas vezes. – disse, indo até o sofá e agarrando ela. Mas um
barulho estranho nos impediu de continuar o que tinha mal começado. Era como se
alguém estivesse subindo e descendo as escadas. – Cara, tu me disse que não
tinha ninguém morando aqui.
- Mas
não tem. – ela parecia desconfortável com isso.
- Tá bom
então, vamos lá ver o que é isso. – disse, me levantando e indo em direção à
escada. Mas ela continuou sentada. – Que foi, você não vem?
- Acho
melhor não. Vai lá ver o que é, eu espero você aqui. – ela respondeu, ainda sem
se levantar.
- Ah
claro, tu quer ficar sozinha numa casa que você diz ser “assombrada”? Tá bom
então, você que sabe. – disse, ironizando. Ela pareceu pensar e, relutante,
levantou-se do sofá e veio até onde eu estava. Vai entender.
Enfim,
paramos em frente à escada, mas não havia ninguém ali. Subimos as escadas e
fomos abrindo um por um dos quartos, mas ainda assim, não havia nada.
- Eu não
tô gostando disso cara. – ela disse, parecendo um pouco assustada.
- Ei, a idéia
não foi minha. Você que quis vir pra cá. Mas, peraí, por que mesmo você queria
vir pra cá? – perguntei, olhando para ela.
- Bom,
já que não consigo passar nem dez minutos sozinha com você... – ela pareceu
esquecer que estava assustada até 15 segundos atrás. – Eu acho que precisava de
uma desculpa, não? – ela me abraçou e começou a me beijar novamente. – Então, o
que você acha de... – ela foi interrompida com uma forte rajada de vento, vinda
da porta. Ela abriu com muita violência, soltando uma rajada tão forte que quase
nos derrubou. Porém, logo em seguida, ela fechou com a mesma força que abriu, e
o vento cessou. Mas o barulho não. Parecia que cada uma das portas dos quartos estava
abrindo e fechando do mesmo jeito. Agora, certo que tinha alguma merda enorme
acontecendo aqui, andei devagar até a porta e tentei abri-la, sem sucesso.
Alguma coisa tinha nos trancado lá dentro.
- Cris,
o que tá acontecendo? – Aline parecia realmente assustada agora.
- Não
sei Aline, mas nós não podemos ficar aqui dentro. Temos que tentar abrir essa
porta e sair daqui. – tentei novamente abrir a porta, e Aline veio me ajudar,
mas ainda assim, a porta não abria, e o barulho das portas abrindo e fechando
lá fora aumentava de intensidade, como se elas estivessem abrindo e fechando
cada vez mais rápido. Aline começou a chorar, e ficou agachada na porta,
soluçando.
Abaixei-me
e fiquei ao lado dela, esperando que esse barulho infernal acabasse. Passou-se
um longo tempo até que isso acontecesse. Quando finalmente parou, levantei-me e
tentei abrir a porta novamente, dessa vez, conseguindo. Saímos do quarto e
vimos uma coisa diferente no corredor. Das quatro portas que havia antes, duas
não existiam mais, eram apenas uma extensão da parede, e uma das portas dos
outros dois quartos estava aberta. Alguma coisa estava me dizendo que devíamos
entrar ali dentro. Caminhei vagarosamente até ela, com Aline atrás de mim.
Entramos
no quarto, e ele estava da mesma forma que estava antes, cheio de decorações de
menina e alguns brinquedos jogados no chão. Fui até o fim do quarto, mas nada
parecia diferente, exceto por um em particular. Uma das bonecas que estava em
cima da cama parecia olhar para nós dois com um sorriso irônico no rosto.
Aquilo me causou um profundo arrepio. Aline, que desde que começou a chorar no
outro quarto não havia dito nada, começou a se afastar com uma cara de pavor,
apontando para alguma coisa atrás de mim.
- Aline,
o que diabos você... – senti um frio estranho vindo dos meus pés, e foi quando
vi o que ela estava tentando me avisar. Havia uma sombra negra encobrindo a
parede toda, e ela estava começando a me cercar. Apavorado, corri pra longe da
parede e saí do quarto, com Aline me seguindo de perto. Descemos as escadas e abrimos
a porta, mas a visão que tivemos foi aterradora. Três crianças esperavam por
nós em frente à porta, cada uma carregando uma foice banhada em sangue. Tentei
fechar a porta e correr delas, mas as três levantaram as mãos em nossa direção
e alguma coisa nos arremessou contra a parede, prendendo-nos. Gritei, me debati,
fiz tudo que podia, mas não conseguia me soltar. Aline começou a chorar
desesperadamente, também tentando, sem sucesso, se soltar.
As três
crianças entraram na casa, aproximando-se de nós. A primeira, uma menina com
longos cabelos negros, parou em frente à Aline e sussurrou alguma coisa que eu
não consegui ouvir, mas que fez Aline silenciar na mesma hora. Ela ficou
olhando fixamente para a criança, até que o que tivesse prendendo-a a soltasse,
fazendo-a cair no chão. Ela se levantou, agradeceu a criança e pegou a foice
dela, olhando com um olhar perdido para mim.
A
segunda criança, um menino franzino com cabelos cacheados, andou até a minha
frente e ficou parado, observando-me.
- Ela vai te matar, você sabia? - a voz dele ecoava na minha cabeça, parecendo
se divertir com a situação. – Você pode
escolher morrer pelas mãos dela ou aceitar minha foice e matá-la.
- Eu
nunca iria matar outra pessoa! Solte-nos e deixe-nos ir embora! – gritei.
- Ah, por favor. Não me diga que tem medo
dessa garotinha? – ele disse, apontando para a menina ao lado de Aline. – Agora, ela está dentro da sua amiga. A única
chance que você tem de sobreviver é matando-a.
- Eu... Eu...
– Aline começava a se aproximar de mim.
- Ela está chegando. Não vou impedi-la, a
menos que você queira lutar com ela. Então?
- Eu não
vou lutar contra ela. - disse, soando mais decidido do que parecia.
- Que seja então. – ele deu as costas e saiu, ficando
ao lado da terceira criança, uma menina com longos cabelos cacheados, que
lembravam os dele.
Aline
parou na minha frente, com a foice em punho. Seus olhos estavam brancos, como
se tivessem perdido a cor. Tentei novamente me soltar, gritar pelo nome dela. Mas ela parecia não me ouvir. Aquela "criança" havia dominado-a. Enquanto isso, as três crianças estavam rindo, aumentando ainda mais meu ódio. Comecei a chorar, sem esperança. Ela havia partido. E me levaria junto com ela.
Ela levantou a foice sobre a cabeça, e a última coisa que vi foram as três crianças dando as costas para nós e indo embora de mãos dadas, cantando alguma música enquanto a foice caía sobre meu corpo, ceifando-me a vida...
Ela levantou a foice sobre a cabeça, e a última coisa que vi foram as três crianças dando as costas para nós e indo embora de mãos dadas, cantando alguma música enquanto a foice caía sobre meu corpo, ceifando-me a vida...
6 comentários:
Mto bom!
adorei eu li essa historia e "quase me caguei" nossa!!!
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Aterrorizante ameii
Muito boa a historia .
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